30 de setembro de 2013

A Lei da Atração


A Lei da Atração sob a ótica do Raja Yoga (Brahma Kumaris)


O nosso universo é feito de dois tipos de energia: a física (material) e a espiritual (metafísica). Cada um destes tipos de energia é governado por algumas leis do universo. E essas leis governam cada um de nós, quem quer que sejamos, onde quer que estejamos, quer acreditemos ou não, quer entendamos sobre estas leis ou não. Algumas das leis que governam o nosso mundo físico são: a lei da gravidade, a terceira lei de Newton e a lei da entropia. Estas leis são absolutas  isso quer dizer que não podem ter emendas, como as leis que são feitas pelos seres humanos. Estas leis que regem os cinco elementos da matéria são aplicadas para todo mundo: seja para um rei, seja para alguém pobre  elas não discriminam ninguém. Da mesma maneira, há algumas leis que operam no nível espiritual. Uma delas é chamada de Lei do Karma, também conhecida como a Lei da Espiritualidade; e uma segunda lei é denominada Lei da Atração, sobre a qual vou descrever.

Quando olhamos o mundo ao nosso redor, vemos muitas maravilhas. Mas a maior de todas é a maravilha da mente humana. Tudo aquilo que é visto no mundo material de forma concreta primeiramente surgiu na mente dos seres humanos e só depois é que recebe a sua forma concreta. Então, vocês podem ver como esta mente humana, ao trabalhar nos elementos da matéria, foi capaz de criar tantas maravilhas no mundo, em todas as esferas da vida: na arquitetura, nas artes, na cultura e em todos os outros campos científicos. Então, imaginem se nós fossemos capazes de concentrar este mesmo poder da mente em nós mesmos, nas nossas próprias vidas  o que nós poderíamos ver de maravilhas acontecendo em todo lugar!

Desde o momento em que nascemos até o momento em que morremos, nossa mente e nossos pensamentos influenciam tudo aquilo que fazemos. Então, podemos ver que os nossos pensamentos são nossos companheiros constantes. Nós nos tornamos aquilo que pensamos, e é por isso que existe esta expressão “você se torna aquilo que pensa”. 
Portanto, todos nós, independente de onde vivemos, estamos trabalhando com esse poder infinito, que é o poder da mente. Tudo aquilo que vem na sua vida, você está atraindo por meio do poder dos seus pensamentos. E isso é atraído a você por meio das imagens que você mantém na sua mente. O que quer que esteja acontecendo na sua mente, é você que está atraindo aquilo por você mesmo – tanto os pensamentos positivos como os negativos, qualquer coisa está sendo atraída por você.

Cada pensamento que é criado por você é valioso, porque é real. No mundo físico a lei diz que os opostos se atraem, porém, na espiritualidade, nós vemos que é o contrário: semelhantes se atraem. Se você tem um pensamento, acaba atraindo pensamentos semelhantes, aquele que você gerou para si mesmo  seja um pensamento positivo ou negativo. Uma simples forma de você entender como isso acontece, como existe esta atração, é ver um ímã. Todos nós sabemos que o ímã atrai. Você é um ímã, um ímã poderoso, e você possui esta força magnética dentro de si. É você que emite essas vibrações por meio de seus pensamentos. 
Uma vez que entendemos que nós somos aqueles que criamos nossos pensamentos, que somos aqueles que emitimos estas vibrações no mundo através de nossos pensamentos, qual é então o nosso trabalho? 

Como seres humanos, a nossa tarefa é manter de forma absolutamente clara nas nossas mentes o que queremos e dessa forma segurar, conter esse pensamento do que nós queremos. Uma vez que tornamos aquele pensamento na nossa mente completamente claro, começamos a invocar aquilo que aquele pensamento está querendo atrair. Esta é a lei do universo chamada Lei da Atração. 

Lembre-se que você atrai por meio de seus pensamentos aquilo que pensa mais na sua vida e também que atrai para si aquilo que quer mais na sua vida. Quando você olha para sua vida, o que você observa? 

Sua vida presente é o reflexo de seus pensamentos passados. Estes pensamentos incluem pensamentos que foram muito bons, grandiosos, e outros pensamentos que não foram tão bons assim. Portanto, a Lei da Atração diz que se você quiser obter alguma coisa, deve manter aquele pensamento muito firme na sua mente  e aquilo que você mantiver na sua mente é aquilo que irá conseguir obter. 

Os pensamentos mais freqüentes, aqueles pensamentos que são enfatizados por mim, atrairão o que vai acontecer na minha vida. Podemos resumir este princípio em uma frase simples: pensamentos se materializam, tornam-se coisas. Por exemplo, uma pessoa estava se dirigindo para um programa e disse que queria encontrar um lugar para estacionar. Esta pessoa manteve aquele pensamento em sua mente e a próxima coisa que aconteceu foi que simplesmente havia um lugar disponível para que o carro pudesse ser estacionado. 

Então, na filosofia do Raja Yoga, nós enfatizamos bastante a importância do poder do pensamento que criamos em nossa mente, para que possamos então atrair aquilo que estamos querendo na nossa direção. Na verdade, a meditação Raja Yoga é a técnica de usar os pensamentos positivos, criar os pensamentos positivos em nossa mente. Você não pode ver os pensamentos, você não pode tocar os pensamentos, você não pode cheirar os pensamentos, mas definitivamente os pensamentos existem e possuem uma freqüência. 

Quando você emite um pensamento está irradiando este pensamento no universo, na atmosfera, e este pensamento irá atrair magneticamente freqüências da mesma natureza, da mesma intensidade dele. É como se nós estivéssemos falando numa cúpula, a sua própria voz acaba ressoando, o eco ressoa. Aquilo tudo que sai de nós retorna para a fonte de onde saiu, quer dizer, para nós mesmos. 

Podemos entender ainda melhor sobre como funciona isto quando olhamos os aparelhos de televisão de nossa casa. Uma televisão tem vários canais e cada canal tem uma freqüência. Quando sintonizamos o canal em determinada freqüência, somos capazes de ver imagens na tela de nossa TV. Então, nós selecionamos a freqüência escolhendo o canal. Se você quiser ver novas imagens em sua tela, tem então que mudar de canal, mudar de freqüência para poder atrair outras imagens. 

Então, procure ver a si mesmo como uma torre de transmissão humana. Você transmite as freqüências com os seus pensamentos. As imagens que você recebe são as imagens de sua vida. Então, por meio de seus pensamentos, você atrai determinadas freqüências que, por sua vez, atraem imagens que serão transmitidas para a sua vida. 
Imagine que você não esteja se sentindo tão bem no dia de hoje. É possível mudar isso? Sim, é possível mudar, assim como você é capaz de mudar de canal no seu aparelho de TV. 

É por isso que no Raja Yoga há este entendimento, que cada um de nós tem suas próprias escolhas. Nós podemos selecionar os pensamentos que quisermos em qualquer momento e, de acordo com os pensamentos, surgirão então os nossos sentimentos. A única coisa importante é que você mantenha desperto o seu processo de pensar. Hoje em dia os nossos intelectos estão dormindo, e mesmo que nós queiramos criar bons pensamentos e bons sentimentos, muitas vezes, acabamos repetindo alguns pensamentos e sentimentos antigos. 

Quando eu começo a praticar a meditação sou capaz de despertar o meu intelecto  e o meu intelecto é aquele que vai monitorar os pensamentos e fazer com que eu possa pensar aquilo que eu quiser. Se eu começar a pensar que tenho fartura, começarei a experimentar a abundância em pouco tempo. Se eu experimento que estou vazio, me esvazio daquilo que possuía anteriormente. O método que tenho que usar para sentir que tenho bastante é pensar na questão da abundância e então automaticamente esta abundância, este preenchimento, virá até mim. 

Uma vez que todo mundo quer experimentar abundância em suas vidas, por que a maioria das pessoas tem uma vida de pobreza e não de abundância? Isto é um grande problema. A razão é que a grande maioria de nós, quando não quer alguma coisa, pensa sempre naquilo que não quer, em vez de pensar naquilo que quer. E é por isso que aquilo que não queremos fica aparecendo diante de nós de novo e de novo. A razão pela qual nós não temos aquilo que queremos na nossa vida é porque na maior parte do tempo ficamos pensando sobre aquilo que não queremos, e então, isso acaba aparecendo mais freqüentemente nas nossas vidas. 

É por isso que podemos dizer que isso é uma epidemia, pior do que uma praga, que faz com que nós não sejamos capazes de experimentar aquilo que queremos nas nossas vidas. 
A partir de hoje vamos ver se conseguimos ficar livres dessa epidemia, a epidemia daquilo que não queremos e assim nós veremos como a lei da atração funciona. 

Por exemplo, na minha vida, o tempo inteiro, fico pensando: eu não gostaria que essa pessoa se comportasse dessa maneira, eu não gostaria que esta pessoa ficasse com raiva de mim, eu não gostaria que esta pessoa agisse dessa determinada forma. Então, porque eu fico pensando naquilo que eu não quero, o que eu estou atraindo é exatamente aquilo que eu não quero, porque é o que eu estou pensando constantemente. Porque a lei da atração é absoluta. Isso quer dizer que ela não se engana. A lei não depende se você está querendo algo bom ou algo ruim. A lei simplesmente responde àquilo que você está emitindo na atmosfera. É por isso que no Raja Yoga vive-se dizendo “pense antes de pensar”.

Porque se você tiver pensamentos negativos significa que você já irradiou aquelas transmissões negativas, então você está destinado a receber o retorno daquilo que pensou. 
É por isso que o Raja Yoga diz que podemos dominar a arte do pensamento através da meditação, para que possamos criar a prática de pensarmos antes de pensar. 
No momento em que você quiser perceber ou descobrir que tipo de pensamentos você está tendo, fica fácil descobrir sobre seus pensamentos se você observar que sentimentos você está tendo naquele momento. Seus pensamentos e os seus sentimentos criam a sua vida. Você tem o poder de mudar o que quer que você queira, porque você é aquele que cria os seus pensamentos. E você também é aquele que sente  e é por isso que é muito importante você sentir o bem. Quando você está se sentindo bem a respeito de si mesmo, você está emitindo estas vibrações na atmosfera e está atraindo para si coisas boas.

O poder do pensamento é como a lâmpada do Aladim: quando você esfrega a lâmpada e o gênio aparece, ele está disposto a preencher qualquer um de seus comandos, qualquer um de seus desejos, por isso nós somos aqueles que, por meio de nossos pensamentos, temos o comando de atrair o que quer que queiramos para nossas vidas. 

Eu gostaria de repetir uma vez mais que sua vida atual é o resultado de tudo aquilo que você tem pensado e que se você quiser se transformar, deve começar a transformar os seus pensamentos.

O que você pode começar a fazer para dar uma reviravolta em sua vida? 

Gostaria de compartilhar com vocês cinco métodos que podem nos ajudar a termos essa transformação em nossos pensamentos.

O primeiro método é sobre o poder mágico da gratidão. A primeira coisa que nós deveríamos fazer, portanto, é uma lista de todas as coisas que poderíamos agradecer em nossas vidas. Talvez na sua vida até agora você tenha feito apenas uma lista das coisas que você não quer ter. E a conseqüência disso é que, talvez, na sua vida, você tenha sentido uma porção de queixas, e tenha freqüentemente culpado os outros. Definitivamente, ter sentimento de gratidão é o método para atrair mais para a sua vida. Aquilo que você pensa a respeito e aquilo que você agradece é aquilo que você atrai para si. Quando você agradece é como se você já tivesse recebido aquilo que você gostaria de ter. É como se você tivesse atraído aquilo para si. Quando tenho sentimento de gratidão, o que acontece é que estou emitindo estas vibrações, estes sentimentos positivos, no mundo. Começo a sentir que estou satisfeito e que eu já obtive aquilo. E aquele sentimento irá atrair mais aquilo que eu já comecei a sentir para mim. Quantos de vocês já experimentaram isto? Então, podemos obter mais simplesmente ao termos uma atitude de gratidão.

Um segundo método que podemos utilizar para fazer funcionar a lei da atração é a visualização. É dito que quando você visualiza, você materializa. Mas o que é visualização? Significa focar os pensamentos e as imagens. O que realmente cria a atração não é apenas a imagem e nem mesmo o pensamento, mas o sentimento com o qual você está fazendo aquilo. É por isso que existe uma expressão na ciência que é a seguinte: o que quer que a mente conceba, ela é capaz de alcançar. Eu preciso conceber aquela imagem na minha mente de tal forma clara que eu começo a experimentar que eu já estou alcançando aquilo na minha vida.

O terceiro método está conectado apenas com você. Você trata a si mesmo como você gostaria que os outros o tratassem? Pergunte-se: quem é a pessoa mais importante na minha vida? É você! Se você não tratar a si próprio da maneira como você gostaria que as pessoas o tratassem, você não será capaz de mudar aquilo que está a sua volta. É por isso que é muito importante que eu dê esse tempo de qualidade a mim mesmo, para que eu possa me conhecer a ponto de saber quais são as minhas fortalezas e também quais são as minhas fraquezas. A maioria de nós não é capaz de se amar e nem de se respeitar, e é por isso que ficamos buscando fora de nós ou esperando que outras pessoas nos respeitem ou nos amem. É pelo fato de não darmos este tempo de qualidade a nós mesmos que não somos capazes de nos conhecermos internamente, e é por isso que não damos este amor e este respeito a nós mesmos. Se você quiser que a Lei da Atração funcione neste sentido para você, tem que começar a dar um tempo de qualidade para si e tem que começar a se amar e a se respeitar. De outra forma, você estará emitindo sinais de que você não é digno, de que você não é valioso e de que você não merece. E isso faz com que as outras pessoas e as situações tratem você cada vez mais da forma como você se trata.

Todos nós já ouvimos falar da lei da causa e do efeito. Não existe um efeito se antes não tiver havido uma causa e não existe uma causa que não traga um efeito. Então, nessa situação, quem é a causa e qual é o efeito? Seus pensamentos são a causa e as pessoas são simplesmente aquelas que estão trazendo o efeito para você. Se você, portanto, entender esta lei de causa e efeito, comece a se tratar com amor e respeito e você verá que as pessoas começarão a lhe tratar com amor e respeito, como efeito dessa causa que você está criando. Dê mais a si mesmo. Arranje um tempo para poder se preencher, porque se você não se preencher, você não terá nada a oferecer às pessoas. Este é um dos aspectos importantes da prática do Raja Yoga, em que nós começamos a dar esse tempo de qualidade a nós mesmos, para que possamos nos preencher de auto-estima. E quando existe esta experiência de auto-estima, nós começamos a sentir que existe abundância na nossa vida. E quando existe esta experiência de abundância, nós então começaremos a doar à outras pessoas e não teremos expectativa de que as outras pessoas terão que doar para nós. Portanto, você tem que começar tendo amor incondicional por você mesmo, pois é impossível você se sentir bem se não tiver amor por si. E quando eu não tenho amor por mim mesmo, o que acontece é que eu bloqueio todas as avenidas, todas as ruas que vêm na minha direção, e então eu não sou capaz de receber nada de lugar algum. Eu começo a experimentar isso em relação a mim mesmo quando eu começo a dar mais tempo para mim, quando eu começo a ficar mais na minha companhia, quando eu começo a me tratar com carinho e com amor.

O quarto método está conectado aos relacionamentos. Nós estamos constantemente em relacionamento, seja na família, em casa, no trabalho, ou em qualquer outro lugar. Mas o problema que existe nos dias de hoje é que os relacionamentos não estão funcionando bem. E por que vocês acham que os relacionamentos não funcionam bem? Nós estamos sempre nos fechando sobre alguma coisa das pessoas que estão em relacionamento conosco. Constantemente existem queixas. Estas queixas vêm na forma de crítica, na forma de difamação, na forma de insatisfação. Todas as pessoas que entram em contato conosco têm boas características e têm características que não são tão boas. Mesmo a pior de todas as pessoas, ela pode ter 99% de erros, mas vai ter uma característica positiva. Para que os relacionamentos possam funcionar, melhorar, o que temos que fazer é nos concentrarmos naquilo que mais apreciamos na pessoa  e não naquilo que estamos nos queixando sobre a pessoa. Se nós continuarmos a nos queixar e não apreciarmos a outra pessoa, o que vai acontecer é que simplesmente continuaremos a atrair mais aquilo que queixamos. Para melhorar os seus relacionamentos, pense e faça uma lista de todas as coisas que você aprecia naquela pessoa, e pense sobre todas as razões que você tem para poder amá-la e apreciá-la, porque a Lei da Atração funciona desta maneira: quando você começa a pensar sobre aquilo que você aprecia nessa pessoa, você começa a emitir aquele tipo de vibração e você começa a receber mais daquele tipo de experiência; a pessoa começa a te apreciar mais e você começa a apreciar mais a pessoa. É absolutamente seguro que se nós utilizarmos este método na nossa vida, todos os problemas começarão a desaparecer nas nossas vidas e nós começaremos a viver em harmonia.

O quinto método é muito fácil. Aprenda a elogiar e a abençoar os outros. Abençoe a si mesmo, abençoe tudo. Essa freqüência positiva trará mais bênçãos à sua vida. Vocês se lembram quando foi a última vez que vocês abençoaram uma pessoa? Talvez a última vez que você tenha abençoado alguém foi quando ele espirrou. Você diz: “que Deus o abençoe”. E mesmo assim, quando nós falamos isso, falamos apenas com os lábios, não é com o nosso coração. Abençoar alguém significar desejar o melhor para aquela pessoa com o seu coração. Quando você começa a abençoar alguém, quando você começa a ter estes pensamentos positivos em relação a alguém, todas aquelas negatividades começam a dissolver-se.

Elogie, louve ou abençoe os seus inimigos, porque se você amaldiçoar seus inimigos, isso vai acabar voltando para você e vai prejudicá-lo ainda mais. Se nós começarmos a usar este método da Lei da Atração em nossas vidas, nós vamos começar a ter essa percepção do quão importante é termos esta atenção em relação a nós mesmos. Hoje em dia nós esquecemos a respeito de quem somos verdadeiramente e estamos atuando com base na nossa segunda natureza. O que a meditação nos ensina é que nós podemos usar o poder do pensamento de acordo com aquilo que nós queremos para podermos atrair às nossas vidas aquilo que desejamos. Eu também passo a entender que tudo aquilo que atraí na minha vida até este momento é o resultado de meus próprios pensamentos  por isso, não há necessidade de apontar o dedo para qualquer outra pessoa achando que tem alguma coisa lá fora ou alguma pessoa que é responsável por eu ser infeliz. 
Uma vez que nós aceitamos a responsabilidade pelas nossas próprias vidas, nós somos capazes de fazer algumas mudanças. Então, o que nós aprendemos é poupar os nossos pensamentos.

Hoje em dia nós não temos controle sobre os nossos pensamentos, porque nós pensamos que pensar é uma coisa gratuita. Quando alguma coisa é gratuita, então ninguém dá importância. Mas a Lei da Atração nos mostra que os pensamentos são muito importantes, é como se fosse uma pequena semente que, uma vez semeada, faz nascer uma grande árvore. Quando eu aprendo a técnica da meditação eu passo a diminuir a velocidade dos meus pensamentos e também tenho a capacidade de mudar a freqüência dos meus pensamentos de forma que eu sou capaz de ter o controle de minha própria mente, de meus pensamentos. Uma vez que nós entendemos a importância do poder dos nossos pensamentos, nós podemos conscientemente começar a prestar atenção nos nossos pensamentos para que possamos atrair para nossas vidas uma vida mais pacífica, mais feliz e mais abundante. 

A partir de agora todos nós podemos fazer com que nossos pensamentos tornem-se nossos melhores amigos, para que estes melhores amigos possam dar felicidade e conforto em nossas vidas. O que significa tornar a sua mente sua melhor amiga? Significa ensinar à sua mente a pensar mais devagar, pensar bons pensamentos e ter positividade. Aquele que aprende a pensar menos, a pensar mais devagar e a pensar de forma positiva, se torna um mestre de seus próprios pensamentos e aquele que tem esse domínio de seus próprios pensamentos acaba se tornando diretor de sua vida.

Eu espero que a partir de agora, todos levem consigo este pensamento de que cada um de nós tem que se tornar o mestre, o dono dos seus próprios pensamentos, da sua própria mente  e como conseqüência, se torne o diretor de sua própria vida.


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Extraído de uma palestra orientada pela Organização Brahma Kumaris.
Caso queira saber mais sobre a Filosofia e Meditação Raja Yoga, e sobre a Brahma Kumaris, acesse: http://www.brahmakumaris.org/brazil/what-we-do-pt/meditation-pt

24 de setembro de 2013

O bem e o mal


A aversão é um sofrimento causado pela presença de um objeto. O desejo é um sofrimento causado pela ausência de um objeto. Se o ego é uma série de pensamentos de aversão e de desejo, então uma pessoa desprovida de ego (que não acredita em seus pensamentos), nada “preferirá”.

Observe-se cada vez que se sentir agredido. Descobrirá que a agressão sempre se deve ao ego. Porque você se “apega” a isto ou aquilo. Uma pessoa sem ego descobriria que tudo é bom, tudo é igual. Para ela, nada mais seria bom ou ruim.

Sofremos por causa do “bom” e do “ruim”.

Na alcova e na escola, no mosteiro
e na sinagoga
Abrigam-se os que temem o Inferno
e buscam o Céu.
Quem conhece os segredos de Deus
Não lança tais sementes
no seio do coração
                                   Ornar Khayyam

O mundo do ego é em preto e branco: o bem e o mal, o prazer e a dor, a vitória e a derrota, ser privado de um objeto de desejo ou consegui-lo... O mundo da vigilância é em cores: nossa experiência modula uma infinita variedade de qualidades de energia. O mundo do ego e o da vigilância são exatamente o mesmo, só a visão difere.

Não amo o que sou. Sinto falta do que não tenho. Palavras do ego.

Temos sempre tudo. Tudo tem o gosto da existência. Experiência da vigilância.

“Tudo é sempre exatamente como é”: pensamento escandaloso, experiência de suprema graça.

Alma igual, mundo igual.

Não haver mais algo bom ou ruim não indica indiferença, insensibilidade ou negligência. Estaríamos assim confundindo abnegação com desinteresse, o fato de ser curioso por tudo com o fato de só se entreter com as aversões e os desejos.

Quando virmos alguém desejando ou rejeitando, amando ou odiando, brigando ou se irritando, pensemos: ele está sofrendo. Então, tenhamos compaixão!

A sociedade não cuida das almas, da vida interior, da existência real. Ela só exige uma coisa: cuide das aparências. Se você é capaz de manobrar seu inferno interior seguindo as regras, ela se satisfaz. Então, peço, “eu”, que seu próprio “eu” deixe o inferno e o paraíso. Esqueça as aparências.

* * *

Independente do que fazemos e de nossa vontade, estamos no centro do mundo. Mas a identidade do eu e do mundo pode ganhar diversas formas cujo leque variado se estende entre dois extremos. Em um deles, limitamos o mundo às dimensões do ego, que só reflete nossas categorias, nossos preconceitos, nosso drama interior. Esse mundo pobre, repetitivo, é restringido a uma bitola de pensamentos mesquinhos e circulares, colorido de medo, ressentimento, cobiça, vícios e de dependências neuróticas. O ego tem o mundo que merece: um mundo fabricado, separado de si, especular. No outro extremo, o ego explode e o “si” se estende às dimensões do universo, sem lhe impor ordem, categorias, pensamentos estruturantes. O mundo do ser alerta não é mais fabricado, mas sempre novo, sempre aberto. A rigidez da percepção e da interpretação desaparece. O mundo é percebido como se fosse a pele. O Universo nada mais é do que o jogo das formas e das cores sobre a retina, a própria vibração do tímpano. 
Eu sou o mundo. Não se trata mais de um mundo “objetivo”, mas, muito pelo contrário, da embriaguez fresca de um mundo em criação, que germina a cada segundo, um mundo inteiramente subjetivo, fluido e transitório: o tecido matizado da experiência.

Reduzir os rigores, os bloqueios para encontrar a mobilidade sem entraves, a leveza. Executar perfeitamente uma postura, um gesto, um passo. Abrir-se para forças estranhas, deixar-se invadir pela inspiração. Parar de “se apegar” a algumas idéias e atingir uma determinada impessoalidade do pensamento. Estar a serviço dos outros. Tornar-se puro veículo do influxo divino. Recuperar a pura presença. São umas das tantas maneiras de abstrair-se.

Os conceitos são figuras da rigidez mental e as neuroses, da rigidez emocional. Os conceitos e as neuroses partilham exatamente da mesma natureza, a limitação. O ego pode ser definido como o conjunto dos “apegos”, da rigidez, dos aprisionamentos, tudo o que nos impede de ser livre, isto é, de estarmos integralmente presentes na vida.

Atualize sua capacidade de sentir, pensar, agir e amar. Abandone as imagens do ego e desenvolva sua força.

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O Fogo Liberador - Pierre Lèvy

19 de setembro de 2013

Desacelere e seja mais feliz


A lógica do ‘acelerar para fazer mais coisas’ está com os dias contados. Quase ninguém mais consegue levar numa boa essa vida agitada da cidade. Até o antigo status de viver assim, sem tempo pra nada, vem murchando na sociedade, pode reparar. Não existe mais aquele consenso de que gente importante e poderosa é gente com a agenda lotada, que fica cancelando compromissos durante o dia, porque o anterior durou mais do que o tempo de deslocamento até o próximo. Af!

Aos poucos, já tem gente percebendo – e sentindo na pele – que pessoas bem sucedidas e com qualidade de vida são aquelas que têm mais autonomia para distribuir, ao longo do dia, trabalho, lazer e prazer. Chique mesmo é poder almoçar sem pressa numa quarta-feira, ou dar um passeio de bicicleta no parque depois da última reunião da tarde (que não se estendeu a ponto de inviabilizar seu compromisso com você), não é verdade?

Não dá para negar que, sim, as tecnologias da informação nos ajudam muito, especialmente no trabalho. Mas também é fato que, se deixarmos, elas tendem a nos fazer trabalhar sempre mais horizontalmente, expandindo nossas tarefas para todos os lados e reduzindo, assim, o tempo de atenção para cada uma delas. Em outras palavras, máquinas e ferramentas velozes (internet, celular e todo o kit que criamos para acompanhá-los) quase nunca promovem um aprofundamento, um mergulho (verticalização) ou dedicação mais centrada em um ou outro tema.

O resultado é curioso: além da sensação de respiração mais curta (a velocidade é tanta que quase não conseguimos mais respirar profundamente), ficamos também com a impressão de que, na verdade, nada foi feito, nada foi realizado. Corremos daqui prá lá, de lá prá cá, apagando incêndios, contendo problemas, mas quase nada construímos ou criamos… É claro! Não tivemos tempo para isso.

Voltando à necessidade/vontade de simplificar o dia a dia, ter menos tarefas significa ter a chance de realizá-las mais plenamente, de empenhar-se mais, de se dedicar de verdade. Simplificar a vida, nesse sentido, é saber excluir as atividades que são dispensáveis, que não merecem nosso tempo nem nossa energia. O grande lance não está em descobrir maneiras para fazer mais e mais coisas no mesmo espaço (já tão curto) de tempo. Isso é mais ou menos como ficar quebrando a cabeça para resolver o desafio da destinação do lixo, sem refletir para a necessidade de reduzir a geração dos resíduos… O problema não é saber encaixar tarefas em períodos cada vez mais apertados. É preciso escolhê-las mais criteriosamente, selecionar, ser capaz de dizer não.

Nada pode ser mais libertário, aliás, do que dizer não para algumas coisas: não pegar mais trabalho e comprometer o tempo com os filhos, não comprar roupas novas só para que os outros o vejam na moda, não trocar de carro ou de celular porque um modelo mais novo garantiria mais status no escritório… O que você considera, afinal, que é melhor para você, para sua vida?

Reduzir o ritmo das atividades significa incorporar mais qualidade nas ações definidas para o dia. Até a nossa respiração muda! Não é preciso ficar ofegante e ansioso durante uma reunião, porque o tempo está correndo e não vai dar para chegar na hora do próximo compromisso. Calma. Desacelere.

Muita gente tem notado que, no fim, não é produtivo (nem prazeroso) fazer tanta coisa ao mesmo tempo. Pense sobre isso. É realmente necessário passar no shopping no fim do dia para comprar mais um sapato? É realmente importante passar horas e horas nas redes sociais e não ter tempo para um almoço com um amigo? Você precisa fazer três cursos de idioma ao mesmo tempo? E que tal ler um livro para seu filho à noite, em vez de ficar ‘zapeando’ à toa na frente da tv?

Talvez o grande problema não esteja na falta de tempo, mas na má administração dele, nas distrações que inserimos em nossa rotina, sem perceber os efeitos negativos que elas nos trazem. Muitas vezes, confundimos “fazer muitas coisas” com “consumir muitas coisas”, algo que, de modo geral, tem uma conotação ainda boa neste mundo de vontades insaciáveis, mas que implica estresse, mais contas a pagar e, no final, menos satisfação, menos plenitude.

Gosto de um pensamento da tradição taoísta (de Lao-Tsé) que diz: “aquele que sabe possuir o suficiente é rico”. Peço licença para acrescentar: aquele que sabe fazer o suficiente é feliz. E, já que o assunto é tempo, termino por aqui, para convidá-lo a dar uma olhadinha na paisagem da janela (como fiz nesta foto) e sentir o cheiro delicioso da chuva que – finalmente! – chegou para melhorar o ar que respiramos – e, claro, nos chamar para uma pausa gostosa, um ritmo mais lento, um jeito mais manso de levar a vida.

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Planeta Sustentável - Giuliana Capello

17 de setembro de 2013

Separação, vitória e derrota


A separação

O ego se desenvolve a partir da ilusão de que alguns acontecimentos me dizem respeito (de que até mesmo são “eu”) e outros não.

Para os que estão alerta, só existe um único mundo.
                                                                       Heráclito

O ego nos faz esquecer que somos o mundo.

A vítima do ego quer desesperadamente que o mundo gire em torno de si. Mas, na realidade, todo o seu ser depende da imagem que os outros lhe refletem, dos prazeres que busca, das confirmações — jamais suficientes — que reclama sem cessar do ambiente.
Ela está totalmente descentrada, e não se contém em si mesma. Quem se libera do ego pára de esperar que o universo gire em torno de seus desejos e de suas aversões. Deixa de querer pôr o mundo a serviço de sua imagem e ri daquelas que os prisioneiros do ego lhe refletem.
Este último se basta. Está realmente no centro do mundo. Ele é o mundo.

A exigência de desprendimento parece paradoxal pois ele envolve ao mesmo tempo a conexão consigo mesmo e a compreensão de que formamos um único ser com os outros, as situações e o mundo. Mas é justamente do ego que devemos nos desprender, e dele somente, já que este resume tudo o que nos desune, nos particulariza, nos fecha e nos desconecta.

Um dia estaremos definitivamente desprendidos, livres, separados de nosso ego: último ardil do ego.

Somos quase todos incompletos: falta-nos saúde, ou inteligência, ou dinheiro, ou um título, ou um parceiro sexual... Bastaria, porém, que deslizássemos para o centro de nossa vida para descobrir que sempre fomos inteiros.

Aproxime-se ao máximo daquilo que está sentindo. Volte-se para a vida da alma. A única totalidade, o único mundo que existe realmente é aquele que você abraça. Riqueza infinita da vida da alma: só ela existe, ela é tudo.

O ego nos faz crer que há algo além da vida da alma no instante.

A violência não é senão a separação, o rasgo do grande tecido, a separação do bem e do mal, do ser e do dever ser, do eu e do outro, de si e do mundo, daquele que percebe daquilo que é percebido, de si consigo.

Tudo é feito da delicada matéria da alma. O primeiro dualismo separa o sujeito da experiência.

O ego determina tudo o que nos afasta de Deus, isto é, tudo o que nos distancia da inocência e da espontaneidade.

O ego destaca tudo o que nos separa de Deus, isto é, tudo o que nos separa.

Toda separação é uma separação de si mesmo.


A vitória e a derrota

Observe-o! É só um agressor, um pitbull. Seu prazer é mostrar que ele é o chefe, que comanda, que pode dominar, fazer mal, morder. Sua única finalidade é vencer e imagina que todo mundo é como ele. Considera qualquer outro modo de viver como fraqueza ou hipocrisia.

Ao decidir ganhar, você opta pelo mal. Oscila no mundo dos mortos-vivos, o mundo em preto e branco dos obcecados pela vitória.

O mal ganha sempre. O mal sempre ganha porque é só isso que sabe fazer: ganhar. É sua única preocupação e é assim que o reconhecemos: ele ganha, é vitorioso, ele triunfa.

Os sábios nada têm a ver com vencer: eles vivem. A vida é tão mais bela, rica e verdadeira do que a vitória! A vitória só é sinal, aparência, ego. Só o amor penetra na plenitude e na continuidade da vida. Aos insensatos, que não conseguem atingir a riqueza da existência nada mais resta senão a vitória. E com a vitória eles só conservam a vaidade.

Um homem muito rico tinha um belo castelo no campo cercado por um grande parque onde seus jardineiros haviam reunido todas as maravilhas da natureza. Mas em vez de morar no palácio, o rico homem passava o tempo tramando intrigas políticas na atmosfera poluída da capital. Você é o homem rico, o castelo é sua presença sensível e a capital poluída, seu ego.

Quem está enredado nas malhas do ego quer ganhar mais, ganhar sempre. Quanto menos se vive, menos se aprecia o presente, mais é preciso assegurar-se da própria existência, forjando uma imagem de si. Então persegue-se o poder, o dinheiro, o prazer, o prestígio, o sentimento de ter razão, e o que mais sei lá eu... Mas com todos esses objetos, tem-se como recompensa o ressentimento, a culpa, o medo, a dúvida, a falta. O prisioneiro do ego só pode continuar vencendo, se deixar os outros num nível ainda mais baixo do que o seu, se propagar a gangrena do ego: forçando os outros a guiar o pensamento pela vitória e derrota, pelo prazer e pela dor. Desperta o medo e a esperança. Quer que os outros “duvidem de si mesmos”, ainda mais do que ele. O malvado perturba você, envolve-o, desestabiliza-o, descentra-o. Quer seduzi-lo, amedrontá-lo, fazê-lo sofrer. O sábio, por sua vez, aponta-lhe sorrindo a ternura do instante.

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O Fogo Liberador - Pierre Lèvy

16 de setembro de 2013

Estando no Agora

Atualmente as pessoas sentem que não têm tempo suficiente. Isto causa muito estresse e intranquilidade. O excesso de tarefas frequentemente leva à concentração reduzida e a erros – o que então consome mais tempo. Alguns se tornam tão desanimados por suas listas de afazeres que eles deixam de fazer as coisas, esperando que seja mais fácil no próximo dia – ou que se torne desnecessário se deixarem de fazer por tempo suficiente – e então a lista se torna maior... Quando o tempo parece assim, tudo parece ser esforço. Ao mesmo tempo, há pessoas que fazem muito mas não parecem ocupadas: elas são despreocupadas. Como elas fazem isso? O segredo está em quanto nós compreendemos e valorizamos a nós mesmos e o tempo. Isto nos capacita a focar naquilo que é importante.

“A chave é estar no presente e consciente de mim mesmo como sendo um ser espiritual”

Como seres humanos, nós constantemente experimentamos mudança – de sermos uma criança, para um jovem, para um adulto, e então um idoso. Ainda assim, “eu”, aquele que se expressa através deste corpo em constante mudança, permaneço o mesmo. A chave é estar no presente e consciente de mim mesmo como sendo um ser espiritual, temporariamente habitando o corpo que uso, observando e fazendo parte do grande drama da vida. Eu desempenho meu papel físico com responsabilidade, mas eu também posso afastar-me mentalmente daquele papel e me observar. O papel então se torna mais belo e mais preciso, pois posso compreender melhor como desempenhá-lo objetivamente. Eu adentro o tempo – no drama da vida – mas também posso me afastar e experimentar outra consciência – além do tempo, na eternidade. Podemos experimentar e desenvolver esta prática através do silêncio e da meditação.

Às vezes me perguntam: “Da onde você obtém sua energia?” Se eu uso meu tempo, energia e dinheiro de maneira benevolente e útil eu experimento muita felicidade e força internamente e em meus relacionamentos. Nós podemos desperdiçar muito tempo e energia pensando sobre o passado de forma inútil – ou criando expectativas sobre um futuro ideal. Ontem já se foi e é aquilo que faço neste momento que determinará o futuro que eu e outros gostariam de ver. Portanto, o que tenho que fazer é focar minha atenção no presente e na qualidade de meus pensamentos, palavras e ações agora.

Com uma melhor compreensão sobre mim mesmo e do tempo, sou capaz de acessar meu poder interior e o poder e a energia Daquele lá no alto – e usar isso de uma forma valiosa para ajudar a trazer uma mudança positiva em minha própria vida e no mundo.

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Brahma Kumaris
http://brahmakumaris.org/brazil

13 de setembro de 2013

As Quatro Nobres Verdades


Segundo Buda a condição humana é suprema. O Homem é o seu próprio mestre e não existe nem ser nem poder mais elevado que possa reger o seu destino.

Cada um é, portanto, responsável pela sua felicidade ou infelicidade.

Mas aquele que for capaz de descobrir por si próprio a verdadeira natureza dos elos que coordenam o encadeamento infinito das causas e dos efeitos terá quebrado o círculo, e conseguirá a libertação, atingirá a iluminação.

Este ensinamento, condensado nas Quatro Nobre Verdades e descoberto por Buda no momento da sua iluminação, encerra o essencial da sua mensagem, da sua doutrina.

No seu ensinamento, Buda diz: “eis o verdadeiro sofrimento. Eis a verdadeira causa. Eis a verdadeira cessação e eis o verdadeiro caminho”... E diz ainda: “conhecei o sofrimento; renunciai às sua causas; atingi a cessação do sofrimento; segui o verdadeiro caminho”.

Sofrimento: Na Primeira Nobre Verdade, Buda ensina que toda a vida se encontra impregnada de sofrimento (dukkha, insatisfação profunda, frustração...), que pode manifestar-se sob a forma de sofrimentos físicos ou mentais.

Mais profundamente, o caráter temporário dos momentos de felicidade impede o ser humano de gozar de modo durável um contentamento e uma paz verdadeira.

Quando afirmamos que a vida que geralmente levamos é insatisfatória, esta verdade frequentemente é mal interpretada, levando a crer que para o budismo a vida é sofrimento. Isto não é verdade.

O que os budistas crêem é que o sofrimento, ou pelo menos a insatisfação, faz parte integrante da vida tal como ela é vivida geralmente.

Quando Buda fala do verdadeiro sofrimento , refere-se ao Samsara, ou seja, ao ciclo completo da existência, de nascimento ao renascimento. A origem do Samsara é o karma, isto é, o conjunto dos nossos atos, bons ou maus, e das inevitáveis consequências que deles possa advir.

Causa do Sofrimento: A Segunda Nobre Verdade diz-nos que existe uma causa para esse sofrimento.

Afirma que é o desejo egoísta que causa o sofrimento, exatamente o oposto do nosso ponto de vista habitual.

Fomos criados a pensar que a felicidade vem da satisfação dos nossos desejos egoístas, de nos apoderarmos daquilo que desejamos.

É justamente o desejo egoísta que nos faz sofrer e o método para sermos felizes não é favorecermos o nosso egoísmo mas elevarmo-nos acima dele.

O jogo perpétuo destas três forças – desejo, agressão e ignorância – é a própria dukkha. O poder que este desejo tem de se perpetuar é a própria força que obriga o ser a reencarnar.

Extinção do Sofrimento: Na Terceira Nobre Verdade Buda diz-nos que é possível cessar esse sofrimento.

A extinção completa do desejo egoísta, que a terceira Nobre Verdade aponta como sendo o caminho para a erra­dicação completa do sofrimento, equivale à transcendên­cia do “eu”.

Se a reencarnação por um lado representa um sofrimento, por outro lado oferece-nos a oportunidade suplementar de nos aperfeiçoarmos e, portanto, de nos aproximarmos do nirvana.

Neste estado último, o ser vê-se desembaraçado do seu corpo material, mas isto não quer dizer que tenha deixado de existir.

Muito pelo contrário, libertado das cadeias da matéria, continua dispor de uma consciência, bem como de um corpo espiritual liberto da ignorância.

O Caminho: A Quarta Nobre Verdade é o caminho que leva à cessação do sofrimento, o caminho para a transcendência do “eu”.

Existe um método, um Caminho do Meio, que permite aceder ao nirvana evitando os dois extremos: a busca da felicidade na dependência única dos prazeres dos sentidos ou na mortificação, conforme as diferentes formas de ascetismo.

Este Caminho do Meio é igualmente designado por Nobre Caminho Óctuplo, porque apresenta oito divisões, sendo conveniente executar simultaneamente o desenvolvimento de todas.

Ponto de Vista Correto - sabedoria e compreensão das Quatro Verdades Nobres e da Origem Interdependente. Alguns consideram como Fé Correta, para os de pouca experiência que ainda não adentraram o nível da sabedoria superior.

Pensamento Correto - pensamento ou determinação que precede ação ou fala. Para uma pessoa ordenada é a prática do pensamento correto através da mente cada vez mais gentil, compassionada e pura. Para os leigos é pensar corretamente sobre sua situação e agir determinadamente de acordo.

Fala Correta - surge do pensamento correto. Não mentir, não usar linguagem pesada, não falar mal dos outros, não caluniar, não falar frivolamente e usar a fala beneficiando a todos e conduzindo à harmonia, pela ternura que nutre a todos os seres.

Ação Correta - surge do pensamento correto. Não matar, não roubar, não cometer adultério. É praticar boas ações como a de proteger e cuidar de todos os seres, observando os valores éticos.

Meio de Vida Correto - conduta correta na maneira de viver, de se manter, com hábitos regulares e saudáveis de dormir, comer, trabalhar, fazer exercícios, descansar. Viver de maneira a melhorar a saúde, ser mais eficiente e criar harmonia, eficiência e saúde para todos. Ter meios de vida que considerem outros seres, outras formas de vida, o respeito e dignidade próprios e dos outros presentes e passados, as futuras gerações, a sustentabilidade e a melhor qualidade da vida.

Esforço Correto - dedicar-se constante e assíduamente ao caminho de obter os ideais de fé religiosa, ética, eduação, política, economia e saúde produzindo e aumentando o que é bom e prevenindo e eliminando o que é mal.

Atenção Correta - manter-se atento garante que com a correta consciência e percepção nunca sejam esquecidos os objetivos ideais de fazer o bem a todos os seres. Na vida diária é agir com cuidado e atenção, pois qualquer momento desatento pode causar um desastre. Do ponto de vista Budista tradicional significa manter constante atenção à impermanência, sofrimento, não-eu.

Concentração Correta - aqui a referência é aos Dhyanas ou estados meditativos. Manter a mente calma e concentrada para permintir a manifestação da sabedoria completa e verdadeira a partir da qual surgem os pensamentos e ações corretas. Manter a mente clara e brilhante ativa em tranquilidade, tranquila em atividade.

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Fontes: 
Essentials of Buddhism - Basic Terminology and Concepts of Buddhist Philosophy and Practice (Primeira Edição 1996)
Autor: Kôgen Mizuno - Autoridade em Budismo Primitivo e Pali, foi Presidente da Universidade de Komazawa, em Tóquio onde ensinava também Budismo.
Editora: Kosei Publishing Co, - Tokyo - Japan

12 de setembro de 2013

Você é o responsável


Nos dias de hoje, o que mais podemos observar nas ruas, no trabalho, na escola, entre os amigos e até mesmo dentro dos nossos lares, são pessoas cada vez mais frustradas e infelizes com acontecimentos que fugiram do seu pseudo controle.

Contas a pagar, trânsito, excesso de trabalho, falta de tempo, e todo o tipo de sofrimento: itens comuns que nos atordoam constantemente e que nos fazem questionar sobre a necessidade de estarmos passando por tudo isso.

Não é assim que acontece? Mas você já parou pra pensar de quem é a culpa?
Por que temos contas, sentimos raiva, ficamos frustrados? Por quê? Ou por quem?

Por exemplo: se sentimos raiva porque alguém nos empurrou dentro do ônibus, de quem é a culpa pela nossa raiva? Se estamos com fome, e não paramos pra comer, de quem é a culpa? Se uma vaga de emprego que buscamos não nos é dada, a culpa é de quem? Por que temos tanta conta pra pagar?

Normalmente, quando algo dá errado – contrário ao que queremos – é comum que culpemos alguém. É claro! É muito mais confortável colocar a culpa no outro do que em nós mesmos. Isso nos livra de um enorme sofrimento, e automaticamente o peso todo passa a ser daquela pessoa ou de um fato qualquer.  Daí, logo pensamos: sou um frustrado por causa do outro! Não estou realizado por que? Eu merecia isso, não merecia aquilo! Sou uma vítima! Que droga de vida!

Mas ao contrário, quando a vaga dá certo, ou quando lucramos com algo, ou quando vem o resultado esperado, ah! que alívio. Ainda bem que EU consegui, ainda bem que Deus me ajudou, agora estou realizado. Agora sim eu sou feliz!

Já parou pra pensar de quem é a culpa pelo seu fracasso ou sofrimento?
Já parou pra pensar de quem é o mérito pelo seu sucesso ou felicidade?

Para ambos, o responsável é você mesmo. Você não é a vítima, você é o voluntário. Ninguém pode ser responsável pelo que te acontece! Nem o outro, nem Deus, nem ninguém. Eu sou responsável pela minha vida, pelos meus atos, pelos meus pensamentos. Sejam eles bons ou ruins, a “culpa” é toda minha. Sempre foi assim e sempre será assim!

Quando atribuo culpa ou o mérito a alguém, estou colocando a minha felicidade nas mãos daquela pessoa. E se ela tem nas mãos a minha felicidade, então ela é a responsável por mim, ela tem tudo, e eu não tenho nada! Nem o direito de reclamar. Ora, sendo assim, então posso afirmar categoricamente que o outro tem o controle sobre a minha vida!

Isso tem um nome: escravidão. Quando somos escravos de nós mesmos, somos escravos de tudo, de toda a vida, de todo o universo.
E se somos escravos, não temos liberdade. Não podemos escolher se quer o que pensar, porque o outro me trará algum sentimento quando algo acontecer, porque deixei essa responsabilidade nas mãos dele.

É assim que nos tornamos miseráveis. Criaturas escravas e miseráveis do seu próprio pensamento, marionetes caminhando de forma contrária à existência.

Osho diz: “Se você é miserável é por sua causa, não por causa de Deus ou do Demônio. Se você é miserável, está se comportando com a energia de forma errada. Será feliz e cheio de graça se se mover com a energia. Quando você se move contra ela, o responsável é você.”

Perceba que, quando presenteia alguém com a responsabilidade da sua vida, está automaticamente perdendo a oportunidade de controlar seu destino, porque isso não cabe mais a você. Se você é o responsável, tudo muda, tudo flui, e você torna-se o senhor, passa a ter o controle, passa a ser o responsável.

Isto significa que, quando te empurrarem no ônibus, sua felicidade permanecerá inabalável. Quando a vaga de emprego não acontecer a seu favor, ótimo, estará a favor de alguém, e todos somos um só, e por isso sentirá a felicidade, e não se frustrará, porque era pra ser assim, e assim será, e você seguirá o fluxo de sua existência, sendo você o único responsável!

Siga neste fluxo, e mudará completamente a sintonia dos seus pensamentos, e se tornará livre. Você será o comandante da sua própria vida. O sol brilhará e você será feliz. A chuva cairá, e sua felicidade ainda permanecerá viva, porque você é o responsável, não o sol nem a chuva, nem Deus nem o Demônio. Só você e mais nada!

Seja livre, pratique essa liberdade, aceite a energia, seja a energia, seja o responsável!

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Pensamento Guia

11 de setembro de 2013

A filosofia Ubuntu

Um antropólogo estava estudando os usos e costumes de uma tribo na África e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo,  então, propôs uma brincadeira para as crianças, que achou ser inofensiva.

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, colocou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e deixou o cesto debaixo de uma árvore. Chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto e, a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"

Ele ficou maravilhado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?

Ubuntu significa: "Sou o que sou pelo que NÓS SOMOS !"

Atente para o detalhe: pelo que SOMOS, não pelo que temos...

UBUNTU PRA VOCÊ

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Queridos leitores, recebi esse texto de um amigo, e achei muito importante compartilhá-lo com vocês. Espero que tenham gostado, e não só isso, espero que façam parte desta mesma corrente do bem, para que um dia possamos ver isso não só em alguns pontos da África, mas em todo o planeta.

Vamos fazer a nossa parte. Vamos viver com mais alegria, com mais humildade, com mais compaixão e respeito, pensando mais no próximo do que somente em nós mesmos, ajudando quem precisa de nós. 

A vida nos dá essas oportunidades a todo instante. 
Vamos aproveitá-las.

Saudações de Paz!
Pensamento Guia



A duplicidade


Uma nova definição do ego poderia ser: a mentira ou a duplicidade. Uma espécie de mecanismo reflexo começa insensivelmente a criar uma segunda realidade, a das aparências, daquilo que deveria ser, daquilo que não sou eu. De fazer crer a deixar crer, de deixar crer a crer, de crer a fazer, de fazer a mandar fazer... Umas das tantas maneiras de fugir da realidade e de não mais saber o que se sente. O grande mentiroso arrasta tudo o que há ao seu redor para um universo duplo, movediço, manipulado, enganoso.

Para o grande mentiroso, a realidade é antes uma matéria a se trabalhar do que um dado a se observar.

O ego é para o ser autêntico aquilo que o sistema da mídia é para a sociedade real. Acha que representa o todo quando não passa de um parasita da presença autêntica. Tal como a mídia, ele desperta a glória e a vergonha, a esperança e o medo e nos faz viver num magnífico palácio de imagens onde a existência é miserável.

Não estamos aqui na Terra para corresponder a uma imagem — a que temos de nós mesmos ou a que os outros têm de nós —, mas para dar e receber amor. Portanto, não usemos o mundo — os “olhares externos” — como um espelho que possa nos revelar nossa existência.

Você é como aquela pessoa que está sempre querendo imitar a imagem que o espelho lhe reflete.

O ego enreda-o em uma “identidade”. Mas o que é a identidade? Uma imagem que envenena a vida ao duplicá-la.

Que distância entre a desordem e a qualidade mutável de seu fluxo de experiência e a imagem ideal que você faz de si mesmo!

O ego é um signo que se mantém de signos, um parasita que sujeita a vida a um trabalho contínuo de produção de signos de prazer, felicidade, domínio, poder, reconhecimento, vantagem, etc.

Queria provar (para quem?) que eu era corajoso. Envolvi-me em situações muito difíceis, vendo-me sozinho contra todo mundo para mostrar que era corajoso. Por quê? Quem liga para isso? Tive uma vida difícil e cheia de conflitos. Forjei uma vida em que era possível me mostrar corajoso. Queria provar (para quem?) que eu era bom. Criei situações em que “salvava” os outros e nas quais ficava evidente que eu era bom, gentil. Na realidade, deixei-me iludir gravemente. Todos os acontecimentos de minha vida vêm desse debate estúpido que travo comigo mesmo. Por que atribuí tanta importância à idéia que forjei de mim mesmo? Ninguém está preocupado com isso, e eu poderia ter levado a vida de forma bem diferente. Em vez de existir simples, natural, alegremente, representei na cena do mundo o drama de meu ego e desperdicei minha vida.

Todo o sofrimento inútil vem das situações que as pessoas constroem por aceitarem a atividade absurda que o argumento do ego lhes impõe.

Para liberar-se da escravidão do ego, viva, cada segundo, no plano do fluxo da experiência real e deixe de se perder nas imagens que constrói de si próprio. A atenção ao instante, a vigilância que impede que o espírito se extravie nos pensamentos, a plena consciência do corpo vivo, a visão ampla das situações, a consideração sincera e aberta da existência real dos outros: umas das tantas formas de reduzir o império do ego.

Mais vale que as sensações desabrochem sozinhas do que duplicá-las, perturbá-las e recobri-las com nuvens de pensamentos. É aí que a duplicidade começa.

Você vive para contar o que faz para os outros, para si mesmo ou você simplesmente vive aqui e agora?

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O Fogo Liberador - Pierre Lévy