O ego é um conjunto de condições que você impõe à vida.
Amor, saúde, dinheiro, status, prestígio, reconhecimento, filhos, etc. O ego resume as condições que impomos à vida. Nós nos tornamos essas condições em vez de nos identificarmos com nossa alma luminosa.
O ego está a todo momento confirmando e dilatando sua existência através de condições que ele não pára de exigir. Não há, porém, existência mais poderosa do que a da presença autêntica, incondicional: estar presente, verdadeiramente presente, para além dos conceitos e das imagens.
"Seria feliz se... Serei feliz quando... Sou feliz na medida em que...” Fórmulas do ego, receitas infalíveis da desventura.
As pretensas condições de felicidade nada mudarão, porque o certo é que você sempre estará consigo mesmo. Faça, portanto, as pazes com sua alma, sem condições.
O sábio se identifica com a vida tal como ela é agora. Identifica-se com o fato de que a vida existe, de que há uma existência aqui, agora, sentida aqui e agora, sem “Seria preciso”, sem “Você deve”, sem condições.
O ego enfraquece depois de “O que nossa vida deveria ser”. A alma desfruta da vida tal como é, exatamente como é.
Não há liberdade sem renúncia. Abandone todos os seus objetos de cobiça e agressão. Abandone toda e qualquer idéia do que as coisas deveriam ser. Pare de se prender a uma imagem de si mesmo. Abandone o ego. Viver plenamente cada segundo é aceitar morrer cada segundo.
Tudo aquilo a que você não renuncia vira motivo de temor.
Tudo aquilo a que você se apega, “retém-no”, aprisiona-o. Se quer se liberar, relaxe.
Tanto no mundo quanto em nós mesmos, temos o hábito de comparar aquilo que é com aquilo que deveria ser. Agindo assim, acabamos nos extraindo do presente, nos concentrando sobre a falta, a pobreza. Se parássemos de comparar, encontraríamos a inesgotável riqueza do que nos é dado e as virtualidades infinitas de cada situação.
Mas para encontrar essa riqueza, é preciso renunciar. Para encontrar a plenitude do instante, devemos deixar de lado todos os nossos “ideais”, abandonar as idéias, os conceitos, os modelos e as imagens. Devemos aceitar que a base de nossas ilusões sempre nos escapa. Todo desprendimento, toda renúncia é uma pequena morte. Devemos aceitar morrer. Morrer da morte das imagens. Perecer da morte do que nos impede de viver. Morrer da morte do ego.
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O Fogo Liberador - Pierre Lévy
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