27 de agosto de 2013

A deformação da palavra


O som do canhão, seu estampido, destrói os vidros de uma janela. Por outro lado, uma palavra suave apazigua a ira ou a raiva. Já uma palavra grosseira, inarmônica, causa pesar, melancolia, tristeza ou ódio, etc.

Diz-se que o silêncio é ouro, porém melhor é dizer: É tão ruim falar quando se deve calar, quanto calar quando se deve falar.

Há silêncios delituosos, há palavras infames... Devemos calcular com nobreza o resultado das palavras faladas, pois muitas vezes ferimos os outros com palavras proferidas de forma inconsciente.

As palavras cheias de mal intencionado sentido produzem fornicações no mundo da mente. As palavras arrítmicas geram violência no mundo da mente cósmica.

Jamais se deve condenar a alguém com a palavra porque não se deve julgar a ninguém nunca. A maledicência, a intriga e a calúnia têm enchido o mundo de dor e amargura.

Se estamos trabalhando com a superdinâmica sexual, temos de compreender que as energias criadoras estão expostas a todo tido de modificações. Estas energias da libido podem ser modificadas em poderes de luz ou de trevas. Tudo depende da qualidade das palavras.

Não é o que entra pela boca o que causa dano ao homem e sim o que sai! Da boca sai a injúria, a intriga, a difamação, a calúnia, o debate, etc. Tudo isto prejudica ao homem.

Evite-se todo tipo de fanatismo porque com ele causamos muito dano ao homem, ao próximo. Não somente se fere aos demais com palavras grosseiras ou com finas e artísticas ironias, mas também com o tom da voz, com inflexões arrítmicas e inarmônicas.

Sócrates exigia como base de sua dialética a precisão do termo. Em nossa dialética revolucionária exigimos como base a precisão do verbo.

A palavra, distinção humana, é o instrumento da expressão individual e da comunicação entre os homens. É o veículo da linguagem exterior e a manifestação ou exteriorização da complicada linguagem interior que tanto pode ser usada pelo Ser como pelo Ego.

Platão em seu diálogo Fédon expressou a um de seus discípulos um conceito famoso por sua profundidade e delicadeza moral: o princípio humano da propriedade idiomática. Diz assim: "Tem por sabido, meu querido Crítion, que o falar de uma maneira imprópria não é só cometer uma falta no que se diz, mas também uma espécie de dano que se causa às almas."

Se queremos resolver os problemas, devemos nos abster de opinar. Toda opinião pode ser discutida. Devemos resolver os problemas meditando neles. Precisamos resolvê-los com a mente e com o coração. Precisamos aprender a pensar por nós mesmos. É absurdo repetir como papagaios as opiniões alheias.

Quando se aniquila o Ego, desaparecem os processos opcionais da mente. Opinião é a emissão de um conceito por temor de que o outro seja verdadeiro; isso indica ignorância.

Urgente é aprender a não se identificar com os problemas. Precisamos nos auto-explorar sinceramente e depois guardar um silêncio mental e verbal.

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A Revolução da Dialética - V.M. Samael Aun Weor

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